A “ideologia” do azul e do rosa: um estudo de caso sobre sexualidade e gênero no imaginário docente na rede pública de ensino em Parobé/RS

Abstract

Esta tese investiga o imaginário docente frente à Identidade Sexual e de Gênero, nas instituições de ensino da rede municipal de ensino fundamental em Parobé, Rio Grande do Sul, Brasil. Seguidamente, a tese é desenvolvida sobre a apresentação do tema identidade sexual e de gênero o qual sustenta a necessidade de repensar e conceber a instituição de ensino, enquanto espaço possível à equidade, sem que silencie os diferentes. O presente estudo foi desenvolvido na linha de pesquisa: Formação de Professores, Teorias e Práticas Educativas, do Programa de Pós-graduação da Universidade La Salle/UNILASALLE. O referencial metodológico está ancorado em uma abordagem qualitativa, seguindo o viés descritivo, e contou com o aporte de estudo de caso. O campo desse estudo integrou, por adesão voluntária, dez docentes de quatro escolas públicas municipais de ensino fundamental de Parobé, Rio Grande do Sul, Brasil. Os instrumentos facilitadores, que contribuíram à pesquisa, foram a aplicação de questionários, observações, diário de campo, entrevistas semiestruturadas e imagens. A coleta de informações iniciou pela revisão bibliográfica e contatos diretos com as instituições de ensino, como procedimentos para obtenção dos dados. Ao encontro do estudo qualitativo, as técnicas utilizadas para a entrevista semiestruturada constituíram-se na proposta do grupo focal, que possibilitou o processo participativo das pessoas investigadas, como também viabilizou um maior aprofundamento e conexão com a experiência subjetiva da comunidade investigativa. Partindo dessa perspectiva, os dados constituídos foram explorados à luz da análise de conteúdo de Bardin (2011), envolvendo pessoas à coleta de dados. Assim, suscitou os pontos positivos e negativos aqui destacados: 1) Pontos positivos - possibilitou uma investigação na qual informações subjetivas são indispensáveis, permitindo aos integrantes responderem questões de um roteiro semiestruturado, cuja solicitação de informações deixou o(a) ser entrevistado(a) mais à vontade para expor suas opiniões e/ou respostas; foi realizado entre diferentes grupos de pessoas; permitiu a interação entre entrevistador e entrevistado; efetuou registro de informações adicionais que podem ser importantes para a Pesquisa; 2) Pontos negativos – por se constituir em um estudo a partir das falas dos(as) participantes, muitos deles sentem-se receosos e demonstram um sentimento de desconforto para contribuir com a pesquisa. Para se obter os resultados, as categorias foram pré-estabelecidas, através de imagens e vídeo, e estão, assim, apresentadas: a) a imaginação e a cultura docente, fazendo referências à identidade profissional e aos conceitos enunciados em suas vozes; b) a abordagem às características da identidade sexual e de gênero; c) a identidade dos(as) estudantes que frequentam a escola contemporânea; d) a formação continuada de docentes, sob a perspectiva da identidade sexual e de gênero na Educação Básica, bem como o envolvimento da Gestão pedagógica institucional em relação a ela. Os apanhados apontaram a falta de clareza conceitual sobre a temática, seguida do preconceito velado e a carência de formação sobre a temática, na rede municipal de ensino. As considerações, sob a minha ótica, contemplam as percepções que indicam a falta de uma necessária formação continuada, com especialistas na área que atentem para a real necessidade da escola, isto é, para além do modismo acadêmico. As vivências estão norteadas pelas inquietações diárias; as observações vislumbraram os lugares desses gêneros e corpos, possíveis e impossíveis, no espaço escolar. Diante disso, obtive como finalidade acrescentar as subjetivações que despontam nas diversas pedagogias do gênero, presentes na escola. Às contribuições futuras, elenca a importância de formalizar a formação de professores(as) que trabalham na rede de educação básica do município de Parobé/RS, de modo a problematizar os conceitos que deflagram em apagamentos e ocultamentos identitários dos estudantes.