Formação continuada para a educação inclusiva: uma análise a partir da concepção de docentes do eixo tecnológico do Instituto Federal do Amazonas

Abstract

O presente trabalho traz como proposta, analisar os desafios, perspectivas e demandas de formação continuada dos docentes do eixo tecnológico, com vistas ao aperfeiçoamento de suas práticas em relação aos alunos com necessidades educacionais específicas, que ingressam nos cursos técnicos de nível médio do Instituto Federal do Amazonas, campus Manaus Zona Leste. Tratou-se de um estudo de caso de cunho descritivo e abordagem de natureza qualitativa e utilizou como método de produção de dados a aplicação de um questionário semiestruturado com 21 questões. A composição dos participantes da pesquisa foi feita de docentes das disciplinas do eixo tecnológico, que ministram apenas disciplinas técnicas, nos cursos técnicos de nível médio nas modalidades integrado e subsequente, e que possuíam formação inicial em nível de bacharelado e tecnólogo. Contou com um total de 36 respondentes de um universo de 68 docentes que obedeciam aos critérios de inclusão na amostragem. Aliou-se uma ampla revisão de literatura, tomando por base informações contidas no Banco de Teses da CAPES, tendo por objetivo mapear e conhecer como se encontram as discussões neste campo de investigação. O processo investigativo foi fundamentado na Análise de Conteúdo (AC) de Bardin (2011), os dados foram organizados e categorizados e os resultados apresentados, foram discutidos e alicerçados nas proposições presentes nas obras da pesquisadora Marcia Denise Pletsch. A partir dos tensionamentos gerados e evidenciados no transcurso da pesquisa, podemos inferir que as demandas de formação continuada são das mais diversas e complexas, e vão além do campo epistemológico e prático, necessitando de uma formação continuada que desmistifique todos os preconceitos já enraizados culturalmente no docente. Foi possível verificar que muito foi feito em relação aos aspectos arquitetônicos institucionais voltados para a acessibilidades das Pessoas com deficiência (PcDs) mas que as políticas de formação de professores para o atendimento a esse público ainda andam em passos lentos no âmbito da educação profissional e tecnológica. Sendo assim, apesar de todas as dificuldades e demandas apontadas pelos docentes, interferindo diretamente na sua práxis em relação aos alunos com necessidades educacionais específicas, os docentes são otimistas em relação a presença cada vez maior desse público e apresentam perspectivas positivas em relação aos alunos com necessidades educacionais específicas nessa modalidade de ensino, destacando o protagonismo dos alunos na realização das atividades propostas, sendo fundamentais em seu percurso e êxito acadêmico.