Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11690/3824
Autor(es): Silveira, Paulo Fernando Pires da
Título: Narrativas sobre uma Villa chamada Paraty: olhares sobre fazeres e saberes em um patrimônio cultural e natural
Palavras-chave: Cartografia;Fotografia documental;Memória;Patrimônio cultural;Paisagem cultural
Data do documento: 2023
Editor: Universidade La Salle
Citação: SILVEIRA, P. F. P. Narrativas sobre uma Villa chamada Paraty: olhares sobre fazeres e saberes em um patrimônio cultural e natural. 2023. 532 f. Tese (doutorado em Memória Social e Bens Culturais) Universidade La Salle, Canoas, 2023. Disponível em: http://hdl.handle.net/11690/3824. Acesso em: 28 fev. 2024.
Resumo: Paraty, cidade do litoral fluminense do Estado do Rio de Janeiro, foi tomada como objeto de pesquisa. Esta tese resulta de uma pesquisa qualitativa, de inspiração etnográfica, apresentando cartografias entremeadas de narrativas, ora narrativas fotográficas e ora resultantes de saídas a campo e de entrevistas de profundidade com moradores e exmoradores da zona urbana, rural e costeira de Paraty. Neste contexto, questiona-se que elementos característicos da cidade que não são visíveis nas fotografias no cenário de divulgação da cidade de Paraty nas mídias impressas e eletrônicas das instituições públicas e privadas? Considerando a importância de Paraty, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e primeiro Patrimônio Misto no Brasil, a pesquisa justifica-se pela importância dada aos seus fazeres e saberes, memória de alguns territórios que, assim como os seus sujeitos, sofrem o risco de um apagamento. O objetivo deste trabalho é construir narrativas, através de memórias, geradas a partir de uma coleta de dados documentais, do ato de escutar, ver, contemplar e fotografar os diversos moradores de Paraty, com ênfase nos caiçaras, expondo elementos pouco presentes nas narrativas oficiais da cidade ou mesmo nas redes sociais. A oralidade dos colaboradores [resultado de entrevistas de profundidade], serviram como elemento de investigação para a construção de cartografias afetivas que ajudaram a construir, também por meio de trabalhos acadêmicos e das obras dos memorialistas paratienses e paratianos, as questões sociais e de outras ordens vivenciadas ou recuperadas por eles, uma vez que a cidade carece de documentos mais antigos. As narrativas fotográficas, foram construídas inicialmente com o acervo pessoal [1979 e 1991] e do período de inspiração [2017], além do período da pesquisa [2018 a 2023]. A metodologia adotada é a abordagem qualitativa. E na vigência da pandemia de COVID-19, foi o momento da construção coletiva do conhecimento, com o uso da cartografia, assim como da netnografia, acompanhando as redes sociais de Paraty. A pesquisa possui três eixos teóricos estruturantes: Fotografia Documental, Memória e Patrimônio Cultural. Nesse sentido, dialoga-se com Achutti (1997, 2004), Assmann (2011), Barthes (2013), Boni; Moreschi (2007), Bresson (2004), Candau (2018), Collier, Jr. (1973), Deleuze; Guattari (1995), Delphim (2010), Guran (1992), Halbwachs (2006), Kossoy (2001, 2005), Luisi (1982, 2019), Mauad (1996, 2016), Pollak (1992), Samaim (2005), Spini (1982) e tantos outros. Reconhece-se, a partir das narrativas produzidas, a valorização do seu patrimônio cultural, onde nota-se também a alta importância dada ao lugar em que o turista / excursionista tem contato com o modo de vida dos moradores, as suas artes, os seus estilos de vida, a gastronomia, a música e questões singulares do seu Centro Histórico, como a arquitetura colonial portuguesa, os símbolos maçônicos e a atmosfera do fenômeno diário da maré. Além da sua paisagem cultural, que abraça as suas comunidades e a sua biodiversidade. Constatou-se com sete saídas a campo que as novas estradas provocaram o final do isolamento de quase um século e o início de um novo ciclo econômico [e também um turismo predatório] transformando-se em gatilho para a grilagem e a especulação imobiliária provocarem um trânsito de moradores e ex-moradores na cidade de Paraty. E também que a extrema pobreza, a busca por novas oportunidades e em alguns casos a pressão gerada pela gentrificação, foram algumas das questões responsáveis pela saída das famílias das terras do Caboclo [e de outros bairros], com a diluição do seus espaços e territórios.
Orientador(es): Mangan, Patrícia Kayser Vargas Mangan
Aparece nas coleções:Tese (PPGMSBC)

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